Precisamos Questionar!


Muitos dos meus amigos dizem que sou questionador e que às vezes tenho opiniões muito polêmicas sobre determinados assuntos.


Mas acredito que nós, como seres humanos e, especialmente, como cidadãos que somos, detentores de direitos e deveres, células de um grande organismo chamado sociedade, precisamos e devemos questionar.


Questionar tudo! Raciocinar, avaliar, analisar, enfim, pensar!


E não aceitar as coisas só porque a maioria pensa desse jeito ou age de tal forma. Maioria nunca foi sinal de sabedoria ou de inteligência, muito pelo contrário. Como diria Raul: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".


Então fiz o blog nesse sentido e dei o nome de QUESTIONAMENTOS, ou seja, quem quiser entrar, participar, questionar, dar sua opinião, fique à vontade.


Na medida do possível vou estar postando aqui textos e artigos de diversos assuntos: política, religião, relacionamento... e de preferência que leve o leitor à reflexão.


É isso ai galera! Vamos questionar!

sábado, 3 de agosto de 2013

O QUE É EDUCAÇÃO?

Não é novidade para ninguém que a nossa educação é de péssima qualidade e que não é de hoje que vivemos esta realidade lamentável. Mas não quero falar aqui dos problemas mais imediatos, da falta de investimentos, das estruturas precárias ou dos baixos salários dos professores. Isso é óbvio e ululante. Quero falar da fórmula, do sistema educacional que vigora no país, da proposta em si. Falam em aumentar os investimentos na educação. Mas de que vai adiantar altos investimentos na direção errada? O sistema atual é anacrônico, obsoleto, decadente. É um sistema que está falido e parece que ninguém percebeu. Ou fingem que não perceberam.


O que é educação? Será que é um professor, com um toco de giz na mão, transmitindo fastidiosamente informações "importantíssimas", como quais os elementos da tabela periódica na química ou quais as classificações e nomes científicos de determinadas plantas na biologia? Ou quais as fórmulas para solucionar uma equação do 2º grau? Ou qual o nome do rei da França na época tal da história? Isso é educação? É impressionante como nos fazem decorar um monte de informações desinteressantes e sem a menor utilidade prática. Treinar a memória, será que é esse o objetivo? E ainda não nos ensinam – ou ensinam muito mal – matérias e conceitos de vital importância para a vida de qualquer cidadão ou profissional, como o básico do básico de ensinar a ler, entendendo e interpretando o que se lê. Não há um projeto efetivo que tenha como proposta incutir o hábito e o gosto pela leitura nas nossas crianças. Mas no cronograma oficial está lá as regras gramaticais! (???). É impressionante!


O Brasil é hoje uma das maiores economias do mundo e está ao lado de países africanos miseráveis quando se trata de educação básica: ler, interpretar, escrever minimamente de forma correta e ter noções mínimas de matemática e de ciências. A educação básica de qualidade deveria ser um dos índices a serem perseguidos como prioridade de uma nação desenvolvida, ou "em desenvolvimento", como gostam de falar do Brasil, que tem se afirmado como um país de destaque no cenário internacional. Só se for o destaque da mediocridade. Com uma política de aumento constante das cotas e zero de ações concretas para o desenvolvimento da educação de base, o que se espera conseguir? O triste fato é que ainda somos uma colônia subdesenvolvida metida a besta. Ou como disse Peter F. Drucker: “Não existem países subdesenvolvidos. Existem países subadministrados.”


Já estamos há muito tempo na era do fácil acesso ao conhecimento. É engraçado ver os professores nas escolas entupindo seus alunos de conceitos e mais conceitos, teorias e mais teorias, regras e mais regras, como se eles fossem a única fonte de acesso ao maravilhoso mundo do conhecimento. Quando se tem internet e livros à mão, qual a importância de armazenar um mundaréu de informações, como se fosse uma enciclopédia ambulante? Não é novidade para ninguém a máxima de que o que realmente importa é o que se faz do conhecimento, não o conhecimento em si. Então o que estamos fazendo, senhores educadores? Precisamos formar pensadores, leitores, escritores, cientistas! E não meros repetidores de conceitos predeterminados.


É preciso revolucionar o sistema atual, restabelecer as prioridades, reformular os métodos! Os professores precisam ser capacitados, não como donos do aprendizado, mas como parceiros, colaboradores de seus alunos. O professor deve ser capaz de levantar debates em sala de aula, conduzir aulas práticas, trabalhar em equipe, instigar o raciocínio e estimular o prazer de ler, estudar e aprender em seus pupilos. Neste contexto o aluno pode até deter mais conhecimento que seu mestre, mas não importa, pois sua atuação será como a de um maestro de uma orquestra. O papel do educador é o de apontar os caminhos, já que tem mais experiência e sabedoria.



De que adianta construir mais escolas e aumentar os investimentos se o sistema permanecer como está? O que são as escolas de hoje, senão grandes depósitos de crianças, decorando (ou fingindo decorar) inutilidades, sem saber exatamente o porquê de estarem ali? Será que esse modelo, retrógrado, arcaico, antiquado e falido, é o que almejamos para as nossas futuras gerações? Até quando seremos privados da educação de qualidade, sendo esta a que se propõe ao desenvolvimento e aperfeiçoamento constantes das potencialidades do ser humano, em todos os seus aspectos, a única ferramenta capaz de transformar para melhor as pessoas, a sociedade e o país?


Veja mais alguns textos sobre o assunto nos links abaixo:
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