Precisamos Questionar!


Muitos dos meus amigos dizem que sou questionador e que às vezes tenho opiniões muito polêmicas sobre determinados assuntos.


Mas acredito que nós, como seres humanos e, especialmente, como cidadãos que somos, detentores de direitos e deveres, células de um grande organismo chamado sociedade, precisamos e devemos questionar.


Questionar tudo! Raciocinar, avaliar, analisar, enfim, pensar!


E não aceitar as coisas só porque a maioria pensa desse jeito ou age de tal forma. Maioria nunca foi sinal de sabedoria ou de inteligência, muito pelo contrário. Como diria Raul: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".


Então fiz o blog nesse sentido e dei o nome de QUESTIONAMENTOS, ou seja, quem quiser entrar, participar, questionar, dar sua opinião, fique à vontade.


Na medida do possível vou estar postando aqui textos e artigos de diversos assuntos: política, religião, relacionamento... e de preferência que leve o leitor à reflexão.


É isso ai galera! Vamos questionar!

sábado, 3 de agosto de 2013

O QUE É EDUCAÇÃO?

Não é novidade para ninguém que a nossa educação é de péssima qualidade e que não é de hoje que vivemos esta realidade lamentável. Mas não quero falar aqui dos problemas mais imediatos, da falta de investimentos, das estruturas precárias ou dos baixos salários dos professores. Isso é óbvio e ululante. Quero falar da fórmula, do sistema educacional que vigora no país, da proposta em si. Falam em aumentar os investimentos na educação. Mas de que vai adiantar altos investimentos na direção errada? O sistema atual é anacrônico, obsoleto, decadente. É um sistema que está falido e parece que ninguém percebeu. Ou fingem que não perceberam.


O que é educação? Será que é um professor, com um toco de giz na mão, transmitindo fastidiosamente informações "importantíssimas", como quais os elementos da tabela periódica na química ou quais as classificações e nomes científicos de determinadas plantas na biologia? Ou quais as fórmulas para solucionar uma equação do 2º grau? Ou qual o nome do rei da França na época tal da história? Isso é educação? É impressionante como nos fazem decorar um monte de informações desinteressantes e sem a menor utilidade prática. Treinar a memória, será que é esse o objetivo? E ainda não nos ensinam – ou ensinam muito mal – matérias e conceitos de vital importância para a vida de qualquer cidadão ou profissional, como o básico do básico de ensinar a ler, entendendo e interpretando o que se lê. Não há um projeto efetivo que tenha como proposta incutir o hábito e o gosto pela leitura nas nossas crianças. Mas no cronograma oficial está lá as regras gramaticais! (???). É impressionante!


O Brasil é hoje uma das maiores economias do mundo e está ao lado de países africanos miseráveis quando se trata de educação básica: ler, interpretar, escrever minimamente de forma correta e ter noções mínimas de matemática e de ciências. A educação básica de qualidade deveria ser um dos índices a serem perseguidos como prioridade de uma nação desenvolvida, ou "em desenvolvimento", como gostam de falar do Brasil, que tem se afirmado como um país de destaque no cenário internacional. Só se for o destaque da mediocridade. Com uma política de aumento constante das cotas e zero de ações concretas para o desenvolvimento da educação de base, o que se espera conseguir? O triste fato é que ainda somos uma colônia subdesenvolvida metida a besta. Ou como disse Peter F. Drucker: “Não existem países subdesenvolvidos. Existem países subadministrados.”


Já estamos há muito tempo na era do fácil acesso ao conhecimento. É engraçado ver os professores nas escolas entupindo seus alunos de conceitos e mais conceitos, teorias e mais teorias, regras e mais regras, como se eles fossem a única fonte de acesso ao maravilhoso mundo do conhecimento. Quando se tem internet e livros à mão, qual a importância de armazenar um mundaréu de informações, como se fosse uma enciclopédia ambulante? Não é novidade para ninguém a máxima de que o que realmente importa é o que se faz do conhecimento, não o conhecimento em si. Então o que estamos fazendo, senhores educadores? Precisamos formar pensadores, leitores, escritores, cientistas! E não meros repetidores de conceitos predeterminados.


É preciso revolucionar o sistema atual, restabelecer as prioridades, reformular os métodos! Os professores precisam ser capacitados, não como donos do aprendizado, mas como parceiros, colaboradores de seus alunos. O professor deve ser capaz de levantar debates em sala de aula, conduzir aulas práticas, trabalhar em equipe, instigar o raciocínio e estimular o prazer de ler, estudar e aprender em seus pupilos. Neste contexto o aluno pode até deter mais conhecimento que seu mestre, mas não importa, pois sua atuação será como a de um maestro de uma orquestra. O papel do educador é o de apontar os caminhos, já que tem mais experiência e sabedoria.



De que adianta construir mais escolas e aumentar os investimentos se o sistema permanecer como está? O que são as escolas de hoje, senão grandes depósitos de crianças, decorando (ou fingindo decorar) inutilidades, sem saber exatamente o porquê de estarem ali? Será que esse modelo, retrógrado, arcaico, antiquado e falido, é o que almejamos para as nossas futuras gerações? Até quando seremos privados da educação de qualidade, sendo esta a que se propõe ao desenvolvimento e aperfeiçoamento constantes das potencialidades do ser humano, em todos os seus aspectos, a única ferramenta capaz de transformar para melhor as pessoas, a sociedade e o país?


Veja mais alguns textos sobre o assunto nos links abaixo:
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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

*Texto enviado pelo amigo Luiz Eduardo "REFLEXÕES SOBRE A SÚMULA 492 DO STJ. ACERTO OU DESACERTO DA CORTE DA CIDADANIA?"


Ao julgar incabível a medida de internação para menores, que não tiveram registros policiais anteriores, envolvidos com a prática do ato infracional similar ao tráfico de drogas, o Superior Tribunal de Justiça solidificou a sua jurisprudência há muito consolidada, com a edição do verbete sumular 492: “O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à imposição de medida sócio-educativa de internação do adolescente”.

A despeito de o entendimento da Corte da Cidadania seguir a exegese extraída da letra fria da lei, percebe-se que não é a interpretação mais consentânea com a realidade brasileira atual. E algumas reflexões sobre seu impacto na sociedade hão de ser destacadas. Pensemos...

Problemas existem. Isto é fato. Soluções, nem sempre as mais ortodoxas ou inovadoras são capazes de soterrar de uma vez por todas o embate que pretendem resolver. Dentro desta dogmática, não se pode olvidar que para determinadas controvérsias, máxime quando se trate de interpretação da lei ou aplicação desta em um contexto social heterogêneo e dinâmico, inexiste uma fórmula mágica que encaixe como uma luva para a situação em se discute, até porque na mão pode faltar um ou outro dedo, e por vezes pode sequer existir a mão que se pretendia cobrir. Entretanto, não há como deixar de afirmar que a sociedade espera dos senhores magistrados é a “prudência da justiça” nas decisões proferidas e a esperança que terão por escopo principal a promoção da paz social que, aliás, trata de missão conferida a todos os operadores do direito. Ao meu sentir, a realidade social e o seu contexto histórico devem ser considerados como fatores preponderantes para a análise da norma pelo exegeta e alguns fatos devem ser repisados. Vejamos:

Como é cediço, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/90) foi editado quase 02 anos após a promulgação da Carta Magna de 1988, visando salvaguardar aos interesses dos menores. Contudo, não há como deixar de se destacar que a estrutura organizacional do tráfico de drogas naquela época (1990) ainda era incipiente, bem diferente do contexto hodierno em que organizações criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, ameaçam diuturnamente e cada vez mais a paz, a saúde e a segurança públicas, máxime nos grandes centros urbanos.

Não é de hoje que o tráfico de drogas vem sendo denominado como um câncer do tipo maligno e assolador, que se infiltra rapidamente por todo o corpo social, esfacelando famílias, corrompendo trabalhadores de todas as esferas, além de ser um dos grandes males da sociedade contemporânea, ao fomentar a violência urbana da qual todos nós somos vítimas.E diga-se mais:

O comércio de drogas não se trata de uma relação estanque em que há apenas dois sujeitos que envolve o mercador que aliena o entorpecente e o usuário que compra, mas sim, há que se considerado toda sua teia criminosa. Neste ponto, vale dizer: Sua estrutura vai desde a pessoa que compra pequena ou significativa quantidade de droga, da outra que faz o refino, da que a distribui para os pequenos traficantes a fim de que possa revendê-la, etc., tudo isso a revelar ramificações de pequenas, médias e grandes organizações criminosas que assolam o meio social. Com tudo isso, há que ser gizado ainda, que seus protagonistas vão desde pessoas desprovidas de mínimas condições de existência digna até agentes públicos de alto escalão e empresários dotados de grande influência no meio social.  E essa gama de categorias envolvidas com tão nefesta prática o que mais é preocupante é a participação de jovens nesse mundo tão cruel.

O que tenho verificado na atuação prática de Promotor da Infância e Juventude é que uma das ferramentas de que se valem os criminosos para o robustecimento da máquina do tráfico são as crianças e os adolescentes que, sem a fiscalização de seus pais ou responsáveis legais, viram alvos fáceis nas mãos dos criminosos. Deste modo, uma vez cooptados, passam a ter relações estreitas com membros de quadrilhas criminosas de alta periculosidade, sendo gradativamente iludidos sob a falsa esperança de terem status social e uma vida confortável, sem que precisem se preocupar em ter uma ocupação lícita e honesta, o que se torna um forte chamariz para integração de mais e mais menores ao submundo das drogas. E essa lamentável constatação tem uma explicação muito simples:

Como os inimputáveis recebem uma resposta estatal com medidas compatíveis com o estado de pessoa em desenvolvimento, bem diferente dos elementos imputáveis integrantes desta linha criminosa que se sujeitam a um tratamento bem mais rigoroso, tratando-se de crime equiparado a hediondo, os barões do tráfico buscam a todo momento a cooptação de menores para o fornecimento de mão de obra, na condição das denominadas “mula” ou “aviãozinho”. E, quando os imaturos adolescentes (quando não são crianças) são capturados e apreendidos, o desfalque na mão de obra é facilmente substituído por outros menores, dada a grande rotatividade de jovens  dispostos a exercer o ofício ilícito.

Caso não bastasse a tamanha facilidade do traficante, é realidade constante em todos os fóruns e tribunais do Brasil que, quando da ocorrência de apreensão em flagrante, os menores de idade buscam a todo custo assumir toda a responsabilidade da droga, confessando a mercância e todo seu “modus operandi”, e, quando interrogados, isentam seus verdadeiros mentores de suas condutas.

Desta maneira, partindo da premissa de que o processo penal necessita de provas robustas e irrefutáveis para a condenação, sob pena de se cometer injustiças, a imposição da responsabilidade penal aos imputáveis fica dificultada em sobremaneira. E, ao final do processo infracional, mesmo sendo condenados, dificilmente os adolescentes são submetidos a medida drástica da internação  - por inúmeras razões, p. ex.  falta de vagas, entendimento jurisprudencial, conveniência da comarca, óbice legal, etc - , daí porque a participação de menores na narcotraficância tem alcançado índices cada vez mais crescentes. Constatação lamentável...

Em virtude de todo esse perigoso contexto acaba por gerar uma grave crise institucional, legal e de valores, na medida em que toda a sociedade começa a se questionar se a legislação menorista atende aos anseios da coletividade que, em que pese entender a necessidade de se educar os jovens de hoje para que não se determinem à margem da lei amanhã, se choca e se rebela contra barbáries por vezes levadas a efeito por quem sequer teve finalizado o seu desenvolvimento físico e mental. Diante desta conjectura, a sociedade brasileira – hodiernamente muito mais informada do que ocorre nos bastidores da justiça – acaba por desacreditar na justiça, porquanto vivenciam a evolução da jurisprudência cada vez mais benevolente e os crimes aumentando. Sensação de impunidade!

Por outro lado, convém enfatizar que o adolescente de hoje, diferentemente daquele tratado no Estatuto dos Menores, possui ampla participação social e detém acesso amplo e fácil à informação por meio da internet e das redes sociais, a ponto de se exigir uma responsabilidade social em todos os aspectos sociais do cotidiano, especialmente no que tange à prática de condutas perniciosas. Logo, face ao atual momento evolutivo que vivenciamos é forçoso afirmar que o inimputável não deve ser tratado como parasita e inconsequente, ao revés, deve ter o pleno conhecimento de que quaisquer atos perpetrados à margem da lei não mais serão tolerados pelo Estado e, por conseguinte, serão tratados de forma proporcional à gravidade de sua conduta.

Data máxima vênia a orientação da Superior Corte de Justiça, tenho que seu efeito prático só fará sobrelevar a sensação de impunidade e o fomento ao aliciamento dos jovens pelos comandantes dos grupos criminosos, que se sentem cada vez mais estimulados a corrompê-los sob a certeza de que logo depois de serem apreendidos, estarão novamente à disposição para cometerem novos atos infracionais.

Lamentavelmente, a leitura do art.122 do Estatuto não é mais consentâneo com a realidade dos jovens que compõem o submundo do tráfico, pois traz riscos à paz, à saúde, à segurança, ao pregar o regime aberto, colocando em perigo toda a sociedade, já que a traficância é a porta de entrada a outros delitos, como furto, roubo, homicídio, latrocínio, dentre outros.

Se a Constituição e a Lei de Drogas encaram com austeridade as pessoas envolvidas com a mercancia ilícita de substâncias estupefacientes, é razoável aplicar aos infratores o mesmo tratamento proporcional à condição de pessoa em desenvolvimento, de forma a coibir apropriadamente atos nocivos que afrontam o exercício da cidadania e ao bem estar social.

Ouso a afirmar que, ao tolerar que inimputáveis possam praticar atos violadores da ordem jurídica de tamanha gravidade com reprimendas irrisórias ou que imponha que a autoridade judicial aplique medida que destoa da gravidade da conduta e da personalidade do agente, inegavelmente, o Estado passa a oferecer uma proteção deficiente a bens jurídicos que também merecem ser salvaguardados, como a paz, a segurança e a saúde pública.  

Em casos tais, a liberdade do adolescente em detrimento do corpo social revela uma indevida omissão estatal na proteção de bens jurídicos tuteláveis. Significará dizer que, em termos práticos, o próprio adolescente, diante da impunidade, não encontrará limite legal que impeça o seu agir ou, ainda, que modifique sua ação, deixando-o cada vez mais entregue ao domínio do narcotráfico e a sociedade em geral, desprotegida pela lei, não encontrará no Estado a proteção esperada, e assistirá cada vez mais a desolada ação de menores participando como coadjuvantes e protagonistas da disseminação do consumo de substâncias psicotrópicas, de forma avassaladora, em escolas, lares e praças, órgãos públicos e comércios, enfim, uma espécie de dominação em todo o ambiente social.

Ao meu juízo, o Estado, por meio do Poder Legislativo, deve exercer uma política criminal que recrudesça as penalidades aplicáveis na legislação menorista, tornando-a compatível e eficaz com a realidade dos adolescentes useiros e vezeiros na prática de ato infracional similar ao tráfico de drogas. Procedendo de tal forma, passará a tutelar mais eficazmente toda a sociedade, que já é carente de políticas públicas eficazes relacionadas à cultura, educação, à oportunidade de emprego, destinadas a esta parcela da população, evitando que fiquem ociosos e se envolvam com atividades ilícitas.

Soma-se a isso, diante do caso concreto, o Poder Judiciário, auxiliado pelos demais órgãos da justiça, sobretudo o Ministério Público, deve dar uma resposta proporcional e adequada àqueles jovens que ingressem no submundo do tráfico de drogas. Assim agindo, com o passar dos tempos, a sociedade voltará a acreditar na Justiça de Menores, enquanto que os jovens terão o pleno entendimento de que a vetusta visão do Estatuto Menorista passa a ser adequado à nova realidade social, uma vez que serão devidamente reprimidos por condutas que levam a uma enorme cadeia de outros crimes, em ordem a evitar que a tolerância exacerbada incentivadora de novas condutas infracionais.

Com todo o respeito a opiniões divergentes, que respeito, o entendimento do corpo social sobre o que seja certo ou errado, justo ou injusto, conceito variante de acordo com a cultura, lugar e tempo de um povo, defende-se que a simples verificação da norma em apreço e a sua compatibilidade com a Lei Maior não são suficientes para se aferir pelo acerto da súmula em apreço. Todas essas vertentes deverão ser abalizada. O tempo de vigência da súmula nos trará subsídios para maiores reflexões.


LUIZ EDUARDO SANT’ANNA PINHEIRO-
Promotor de Justiça

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

*Texto enviado pelo amigo Glauber S Rodrigues Martelli "A BOA E VELHA SEGUNDONA"


Como toda segunda-feira, acordei pontualmente atrasado, depois de usar cinco ou seis vezes a função soneca do meu despertador no celular. Quase sempre, deixo o “bixo espernear” cinco ou seis vezes, já que, conforme pesquisas científicas da Oxford Massachussetts Cambridge Univesity, ficou demonstrado que geralmente na sétima vez, o corpo tende a reagir instintivamente jogando-o no chão ou o arremessando na parede. E eu não deixo isso acontecer (mais)!

Foi mais um despertar lindo, de verdadeira “bela-adormecida”, com os costumeiros peidos, grunhidos e coceiras em partes não reveladas à você, por falta de um pouco mais de intimidade. Mas como sempre, um despreguiçar silencioso e melancólico, incentivado pela carga emocional negativa despejada em nossa mente durante muito tempo (não sei desde quando), que faz da segunda-feira de manhã (até o dia de hoje) uma tortura quase insuportável. 

Começa tudo no domingo a tarde, que vai “minando” a nossa depressão com intermináveis programas de humor sem graça nenhuma, apresentadores insuportáveis e uma extensa programação na TV paga que quase não faz valer a pena o dinheiro investido, somados à agenda cultural quase nula das nossas cidades nesse dia de ócio. Isso tudo gera um clima de enterro que permeia o “boa-noite” de domingo e se estende até até o dia mais mal falado da semana.


Essa segunda-feira seria mais um martírio, uma cena tediosa, não fosse, por um despertar de consciência involuntário e bastante transformador que me acometeu após dar a primeira pisada ao sair da cama...

A sensação do primeiro passo foi aquela de sempre, uma fisgada de dor na planta do pé direito, proveniente de umafascite plantar adquirida com anos de corrida mal feitas. Dor, que apesar de incômoda e quase me fazer soltar o primeiro xingamento do dia, me fez pensar em quantas pessoas deficientes ou adoecidas sonham em se libertarem de seu leitos e darem esse primeiro passo de manhã. Um privilégio que sequer damos valor.

Como de costume, liguei a TV para ouvir o noticiário da manhã. Catástrofes naturais, corrupção, violência urbana, previsão de tempo enlouquecida, morte. Antes mesmo que eu pudesse sentir qualquer tipo de desânimo e “meter o pau” na imprensa sensacionalista, alegrei-me rapidamente ao notar que eu estava OUVINDO tudo aquilo, ou seja, não era surdo e ainda podia ver aquelas imagens, mesmo que não tão belas, mas que fazem parte do nosso cotidiano queiramos ou não. 

E o mais consolador, logo em seguida : não me senti confortável com nada daquilo que ouvi e vi, sinal de que ainda trago comigo aquele sentimento, que talvez tenha sido o responsável por muitos terem transformado o seu meio e ainda fará outros criarem coisas novas e sentirem-se animando em viver: o Inconformismo. O sentimento avesso à aceitar tudo como está e pronto.

O sentimento de que “aceitar a desgraça do mundo” não muda a nossa vida positivamente e ainda pode a tornar bastante amarga, assim como os laboratórios de drogas querem que ela se torne (ou continue).

A discordância, o Inconformismo e relutância em aceitar o errado nos fazem fortes para tentar fazer a nossa parte e ainda nos sentirmos mais úteis. Atores principais de uma existência tão rápida.

Antes mesmo de você julgar esse texto como mais uma “conversinha de bar entre amigos”, posso afirmar categoricamente que toda essa introspecção veio de forma rápida e quase instantânea e mudou completamente minha forma de enxergar a Segunda-feira!

Entrei no carro louco para trabalhar e enfrentar o mundo. O trânsito louco, as pessoas afoitas e com uma pressa descomunal, sangue nos olhos e velocidade de competição..... Atitude que lhes fazem cegas e alheias as coisas tão boas que as cercam como a natureza à sua volta e como não fazerem parte da estatística do desemprego, das doenças venéreas, do câncer, do desastre natural, da violência, da morte ...

Viver é encarar toda segunda-feira de cabeça erguida, com coragem e ao mesmo tempo serenidade para enfrentar problemas. Encarar a realidade de que esse mundo não é o paraíso, mas podemos “criar” o nosso, a cada atitude bem tomada e, às vezes, simplesmente, com um outro ponto de vista.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Você lê autoajuda*?

*Conforme novo acordo ortográfico 'autoajuda' se escreve assim mesmo, sem o hífen, mas ainda estou me atualizando com as novas regras.



Quando eu recomendo o best-seller “O Monge e o Executivo - Uma história sobre a essência da liderança” de James C. Hunter, é comum a reação negativa de algumas pessoas, que torcem o nariz: - Eu não leio autoajuda! Puro preconceito. O livro é ótimo. Que importa o rótulo que colocaram nele? Se um livro é bom, que importa a capa? É claro que dentro do gênero chamado autoajuda há livros ruins. Livros bobos, repetitivos, melosos, superficiais... Como em qualquer outro gênero. Sempre haverá livros bons e livros ruins (e mais estes que aqueles) para todos os gostos, tamanhos, cores, sabores e gêneros. 


     Mas o que me intriga é esta classificação. Afinal das contas, o que determina um livro com sendo de autoajuda? Todo bom livro não seria uma autoajuda? Se você lê um livro de ficção, poesia, história – seja qual for – e, após esta leitura, você sente um enriquecimento interior, sente que, de alguma forma, está melhor que antes, então me diga, o que ocorreu neste processo? Você não se “autoajudou”? A não ser que alguém tenha lido para você, o que foi isso senão uma autoajuda? Os livros de grandes pensadores, filósofos, cientistas não são de autoajuda? Quem classifica? E, pergunto novamente, que importa? 

     Até mesmo os chamados grandes clássicos da literatura trazem profundas reflexões e valorosos ensinamentos. Como qualquer bom livro, seja ou não seja rotulado como de autoajuda. Acho que alguém deve ter achado “cult” dizer que não lê autoajuda, como se falasse para si mesmo: - Já sou bom o suficiente, não preciso de ajuda de ninguém. Nem a autoajuda, ou seja, não aceita ajuda nem dele mesmo. E aí os outros saíram repetindo o mesmo para se dizerem “cults” e autossuficientes também ('autossuficientes' dobra o 's'  - mais uma do novo acordo ortográfico).



     De toda sorte, continuo recomendando o livro “O Monge e o Executivo”. Trata-se de uma agradável história em que o personagem Leonard Hoffman retrata um famoso empresário que abandonou sua brilhante carreira para se tornar monge em um mosteiro beneditino. Lá ele ministra um curso de liderança para um grupo de pessoas, entre elas um executivo, como ele houvera sido. O personagem John Daily, narrador da história, se inscreve no curso em busca de respostas para seus fracassos pessoais e profissionais. 


     Ao longo da narrativa são transmitidos ao leitor princípios, conceitos, mensagens e valores importantes, de grande utilidade para a vida pessoal e profissional de qualquer indivíduo. É um livro muito bem escrito, rico e instrutivo. Ah, isso é autoajuda? E é isso que você não lê? Bom, então não quero nem saber o que você anda lendo.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Para mulheres e homens


Diz o adágio popular que se conselho fosse bom não se dava, vendia. Discordo completamente. Conselhos são sempre bem-vindos. Claro, é preciso verificar a fonte e analisar o teor dos conselhos. Bons conselhos, no intuito de ajudar e não de criticar, é uma demosntração de preocupação com o bem-estar alheio. Por isso não se vende, como não se vende outros bens imateriais como a amizade, o amor, o afeto etc. Mas é bom registrar que ninguém deve sabe melhor sobre nossas vidas do que nós mesmos. Conselhos são orientações baseadas nas experiências de vida de quem aconselha - que podem ser seguidas ou não pelo aconselhado. Cada um de nós tem as próprias experiências e está livre para decidir.

No campo dos relacionamentos amorosos essas experiências são especialmente singulares. Cada caso é um caso. É um universo muito complicado, com muitas regras e com muitas variáveis ao mesmo tempo. Dois seres humanos completamente diferentes, mas dispostos a interagir. É natural muitos se enrolarem nesse processo (e eu não estou dizendo que estou imune a isso). Como me interesso pelo tema, vou me arriscar aqui a dar alguns conselhos nessa área, mesmo não me julgando um grande expert no assunto e lembrando de todas as ressalvas feitas acima.

ÀS MULHERES:

Se já ficou claro que o caso é só uma "amizade colorida", seja de uma forma direta - ele disse expressamente que não pretende um maior envolvimento no momento -, seja indireta - ele não demonstrou nenhuma movimentação nesse sentido - entenda e assuma os riscos desta situação. Tem muita mulher que pensa (talvez até de uma forma inconsciente): - "Ah, com o tempo vou fazer ele gostar de mim!" O.k., é uma aposta válida. De fato, pode ser que isso aconteça. Mas tem muitas chances de isso não acontecer também. Não culpe o cara por isso, dizendo que ele fez você perder tempo, que ele te usou etc. Não fique ressentida. Você topou o risco, foi escolha sua. Tentou fisgar o cara, não deu certo, bola pra frente! Não se faça de vítima. O que me remete ao próximo conselho.

Parem de se fazer de vítima, em qualquer hipótese. Sabe aquela coisa de achar que "todos os homens são cafajestes e nós mulheres somos vítimas indefesas de suas canalhices"? Pare já com esse discurso, isso não leva a nada e não faz mais sentido. Poderia até fazer na época em que as mulheres eram submissas aos maridos, não podiam se divorciar, não podiam votar, não podiam trabalhar etc. Mas hoje não cola mais. Você foi traída? O cara te sacaneou? Mentiu? Primeiro, isso não é privilégio feminino, acontece todos os dias com os homens também, em igual ou maior proporção. Segundo, você não percebeu nadinha? Ele te iludiu ou será que não foi você mesma que se iludiu? Dizem que o amor é cego, pois às vezes penso que é cego, surdo e com deficiência mental. Quer ver um exemplo que, incrivelmente, ainda acontece muito? Mulheres que se envolvem com homens casados. "Mas ele me iludiu, disse que o casamento ia mal, que estava prestes a terminar." Sei, e você tem o quê, uns 12 anos de idade para cair numa conversa mole dessas? Resumindo, tanto homens como mulheres, a verdade é que somos muito mais vítimas de nós mesmos, das nossas próprias escolhas.

Transar ou não transar no primeiro encontro? Eis a questão. O sexo é, sem dúvida, o auge da intimidade com o parceiro. É o clímax da relação. Portanto, é interessante que haja afinidade, sintonia, química, pele, ou sei lá como vocês mulheres queiram chamar. E, pela lógica, esta afinidade vai surgindo e se desenvolvendo com o tempo. Eu diria que essa é uma regra geral. Mas há muitas outras variáveis nessa questão. Quanto seria esse tempo? Já repararam como há pessoas que você conhece e de cara sente uma afinidade incrível, muito maior que com outras pessoas que você já conhece há anos? O tempo é muito relativo nestes casos, não dá para dizer qual o melhor momento para o "sinal verde". Varia de pessoa para pessoa, de situação para situação. Claro que o ideal é ir conhecendo aos poucos, mas não há um manual de regras. Comigo já aconteceu de rolar tudo com a parceira logo no primeiro encontro. Algumas vezes foi ótimo, memorável, e uma delas até virou namorada depois. Outras vezes não deu a tal química. Ou da minha parte, ou da parte dela, ou dos dois. Já aconteceu também de demorar muitos encontros até chegar lá. Mas quando chegou, mais uma vez cadê a tal química? Será que se criou muita expectativa? Também houve casos que a vontade foi aumentando com o tempo. E quando finalmente chegou o grande momento foi "o momento". E aí, será que nesse caso a expectativa ajudou? É tudo muito relativo. Outra coisa importante a considerar é que a afinidade sexual independe de outras afinidades e vice-versa. Às vezes você se dá muito bem com a pessoa, conversa agradável, mesmos gostos, mesmos interesses... e só. Outras vezes, tem muita pele, o beijo combina, o cheiro, muita química... e só. De resto são completamente diferentes. O ideal é combinar tudo, mas é difícil. Por tudo isso, não dá para dizer se é no primeiro, no terceiro, ou no vigésimo encontro que as coisas devam acontecer. O importante e estar de bem com você mesma. Estar à vontade. E com vontade.

Mas vamos aprofundar mais o tema. O sexo é ainda um verdadeiro tabu para muitas mulheres. Deixando idéias machistas, preconceituosas, conservadoras e religiosas de lado (ou considerando todas elas), eu penso o seguinte: consulte a própria intimidade. Não faça ou deixe de fazer algo baseado na opinião da sociedade. Isso serve para tudo. Guiar a própria vida para ficar "bem" aos olhos dos outros só acarreta infelicidade e frustração. Não vale a pena. Como todos sabemos, apesar da revolução feminista, boa parte da sociedade ainda é extremamente machista. De forma hipócrita, muitos homens julgam as mulheres porque bebem, fumam, dançam, usam roupas curtas etc, como se fossem arautos da moralidade. E você, o que vai fazer? Vai se manter virgem para casar com um  machão desses? E se não der certo, vai ficar se lamentando, culpando os homens, a sociedade? Por favor, não me entendam mal, não estou levantando a bandeira da libertinagem sem freios. Não acho que o sexo deva ser banalizado. Mas também não acho que deva ser santificado, colocado num pedestal. Muito pelo contrário, a falta de uma abordagem franca e honesta sobre o tema é o que gera a maior parte das frustrações nesta área. É fundamental estar bem resolvida com você mesma para poder ficar bem com outra pessoa. Se ainda não se sente assim, vá atrás das respostas - livros, médicos, psicólogos, terapias estão aí para isso. Meu conselho então: o que quer que faça ou deixe de fazer, faça por vontade própria, por convicção íntima, pelo seu entendimento e posição acerca do assunto, não para seguir o padrão social, tampouco por rebeldia a ele, mas por você mesma. E não adianta lutar contra os julgamentos da sociedade, desses muitos "homens das cavernas" que andam por aí. Sempre tem um babaca que dá carona para uma garota e depois espalha que transou com ela. É uma luta inglória. Portanto, seja você mesma e seja feliz! Sendo mais direto, vou dizer minha opinião. Não acho nem certo, nem errado. Cada caso é um caso. Não é por aí que se mede o valor da mulher. Quem o faz é machista, antiquado e não merece consideração.

Vejamos outra situação que também ocorre muito. Você saiu com um cara que acabou de conhecer, ou conhece há pouco tempo, ou há muito tempo, não importa (não vamos entrar nesse mérito). Rolou a maior química, muita pele, sintonia e...transou! Você achou tudo muito bom, uma ótima noite, fechada com chave de ouro. Mas aí, o tal cara que era o máximo sumiu do mapa! Você se sente arrasada, iludida, usada, humilhada e sei lá mais o quê. Não, não encare desta maneira. O cara transou com você e sumiu? Mas ele é livre, não é? Você pretendia prendê-lo? O sexo cria uma espécie de compromisso? Não é bem por aí. Até namoros e casamentos de muitos anos acabam, o que significa que nada é capaz de criar verdadeiramente um compromisso, a não ser a disposição de ambos de quererem ficar e permanecer juntos. De am-bos. São duas vontades que coincidem. Na vida não há garantias absolutas. Em relacionamentos muito menos. Não podemos controlar a vontade de outras pessoas, mas somente as nossas ações e reações com elas. Então relaxe e siga em frente. O cara te usou? Você também o usou de certa forma. Ele não te quis mais? É um direito dele. Como você também poderia não querer mais e pular fora. Simples assim. Mas você se envolveu e ele te enganou? São os riscos, você não tem culpa, isso é com ele e a consciência dele, a sua está tranquila, certo? Então respire fundo e siga em frente. E já que o assunto é sexo, vou abrir um parêntese aqui para dizer uma coisa importante às mulheres, mesmo para as mais tímidas. Ao saírem de casa não se esqueçam dos preservativos na bolsa. Parece óbvio, mas tem muita mulher por aí que ainda "acha que é obrigação só do homem". E depois de uma doença ou uma gravidez indesejada, vai valer a pena discutir de quem era a obrigação? Não custa nada. E também colocar a camisinha na bolsa não quer dizer que você está saindo já "pensando naquilo". É só prevenção mesmo.

Um conselho final à mulherada: sejam mais unidas! Parem de falar mal uma das outras! O machismo do qual falei acima só tem muita força ainda porque tem o aval de vocês. Sim, vocês não só o aceitam, como o alimentam. Já ouvi muito mulheres julgando umas às outras, dizendo da amiga que não presta, que sai com todo mundo, que usa roupa curta, enfim, os mesmos conceitos machistas de muitos homens. Parem também de competir umas com as outras! Que rivalidade é essa? Ficar mais bonita que a outra, comparar roupas e sapatos, flertar com o paquera da amiga, isso não leva a lugar nenhum, só às mesmas frustrações e decepções descritas acima. E por último, parem de disputar um único homem. Aquele tipo "galã da madrugada" que está sempre cercado de mulheres sabe? Você realmente quer ser mais uma ali, cercando e paparicando o cara? Tomem cuidado com o tipão jovem, boa estampa, baladeiro e bem sucedido profissionalmente. A lei da oferta e da procura está a favor dele. Inverta o jogo e invista em homens com pouco "status", mas com valores verdadeiros, como caráter, personalidade, companheirismo etc. Estes quase sempre são esquecidos e estão loucos para arrumar uma garota legal. Agora, se você quer só diversão, aí tudo bem, fique ali cercando o galã que uma hora chega a sua vez na fila.

AOS HOMENS:

Retomando o mesmo raciocínio das linhas anteriores, aos homens tímidos e desesperançados, meu conselho é que animem-se! A lei de oferta e procura está ao nosso favor. A demanda é muito alta. A minha teoria é a seguinte. Numericamente existe no mundo uma quantidade muito maior de mulheres do que homens, sei lá quantos milhões a mais. Mulheres também vivem mais do que homens, o que aumenta a proporção. Deste número menor de homens, muitos são gays, que se relacionam com outros homens, restringindo mais o mercado para as mulheres (o.k., existem as lésbicas também, mas são em número menor, pelo menos aparentemente). Dos que sobram, muitos são ignorantes, babacas, problemáticos, machistas, grosseirões, chatos ou abobalhados. Sujeitos legais, héteros e solteiros somos poucos! Há ainda outro fator a ser considerado: a idade. Um homem de 40 anos, por exemplo, tem um leque de escolha que vai de meninas de 18 a mulheres de 50 anos, em tese. O inverso, socialmente falando, é bem mais complicado. A mulher teria um leque muito menor de opções. Em tese, viu leitoras, muita calma nessa hora, isso é só um panorama geral, a coisa varia de mulher para mulher, nada de desespero hein? Mas, voltando ao assunto, o que quero dizer é que se você é um homem médio (que gosta de mulher), ou seja, um bom sujeito, com um certo grau de educação e com um emprego razoável, você está numa ótima posição. Se tem entre 20 e 40 anos, nível superior, um bom emprego, uma boa aparência e um papo interessante, então anime-se mesmo - você é raridade no mercado meu chapa! É só sair e se mostrar, no bom sentido claro, sem ser arrogante ou metido. Confie em si mesmo e vai chover na sua horta! O que me leva ao próximo aconselhamento.

No jogo da conquista, confie em si mesmo. Autoconfiança é tudo! Quando você sai de casa para a balada, se olha no espelho e diz para si mesmo algo do tipo: - "Ah muleque, você é o cara!" Então, tente manter essa mesma energia ao chegar na balada e, principalmente, quando for conversar com o "alvo" escolhido. Eu sei, na prática é meio difícil, mas é questão de treino também. Mas cuidado, autoconfiança não se confunde com ego inflado. Nada de dar uma de metidão, ficar se exibindo e falando de si mesmo para a menina. Pelo contrário, mostre você interesse pelo que ela fala! Olhe nos olhos, aja naturalmente, nada de ga-ga-gaquejar. Pergunte sobre ela e ouça atentamente. Faça gracejos no meio da conversa. Tente conduzir mais para o lado informal, nada de papo muito cabeça (pelo menos não nesse primeiro encontro). Bom, tudo isso são umas pequenas dicas genéricas, o fato é que não tem muitas regrinhas na hora "h", vai muito do contexto, do momento, da situação. O mais importante e fundamental em qualquer caso é a autoconfiança. Mas se você chegou confiante e educado (educação é importante, chegar agarrando ou puxando o cabelo não rola) para conversar e ela virou o rosto, te ignorou, ou respondeu monossilabicamente suas perguntas, tudo bem, fique frio. Isso é bem comum. O que você perdeu? Nada. Então desencane. É o próximo conselho.

Desencane. Isso significa não ficar preocupado ou ansioso para arrumar alguém, seja uma paquera, um caso ou uma namorada. Esse conselho serve para as mulheres também. Esteja bem sozinho. Sinta-se completo e realizado sozinho. Quando você realmente estiver bem sozinho é que estará preparado para relacionamentos saudáveis, em que não se está com alguém por carência, porque precisa, e sim porque quer. Não é para completar, você já é completo. É para somar. É para melhorar o que já está bom. E, por incrível que pareça, esta postura desencanada é afrodisíaca, é o canto da sereia para a mulherada. As mulheres querem um homem que elas possam admirar, que seja seu porto seguro. É da natureza. A fêmea escolhe o macho mais forte, o melhor para protegê-la e reproduzir a espécie. Um cara desencanado é independente, seguro de si, tem autoestima elevada, e isso atrai o mulherio. O cara que faz o tipo "romântico incompreendido", carente, que vive em busca da "cara metade", normalmente é inseguro, tem baixa autoestima, e isso afasta as mulheres.

Conselho final aos homens. Determine desde o começo, conforme seu estilo e sua personalidade, qual será o formato da relação. Quase sempre é o homem que dita o ritmo do relacionamento. Explico. Quando o homem já passou da fase da conquista e está no curso do relacionamento, o comportamento inicial dele vai determinar o formato que vai ser seguido pelos dois dali para frente. A mulher, muito provavelmente, vai se adaptar ao estilo que o homem colocar. Claro que é um consenso meio implícito dos dois, não estou sendo machista, mas como é normalmente o homem que toma a iniciativa na hora da conquista e nos encontros que se seguem, é ele também que, via de regra, vai, ou pelo menos deveria, determinar o ritmo de todo o relacionamento. Então se você é (assim como eu) mais tranquilo, do tipo que não curte ou não tem necessidade de ficar se ligando ou se vendo todo santo dia, que gosta de ficar sozinho ou sair para tomar uma cervejinha com os amigos de vez em quando, deixe claro o seu jeito de ser desde o começo. O que dá problema, e nem é justo com a parceira, é querer mudar as regras do jogo no meio do jogo. Vou exemplificar para me fazer entender melhor. Você é do tipo que liga todos os dias no começo do relacionamento, diz bom dia, boa tarde, boa noite, conta tudo que ocorreu no seu dia, o que comeu no almoço, a dor de barriga que teve etc. Depois de uns meses assim você cansa e, repentinamente, para de ligar, liga só de vez em quando, não tem mais aquela conversa de duas horas pelo telefone, só de uma hora, e o que acontece? Lógico que ela vai estranhar, vai rolar umas "D.R.s" e você ainda vai ficar se queixando, sem entender o que está acontecendo, quando na verdade foi você mesmo que provocou a coisa toda.

Para terminar vou reforçar para homens e mulheres o que já falei um pouco acima. Ao se relacionarem lembrem-se que são dois seres humanos livres e independentes que optam de livre e espontânea vontade dividirem momentos ou conviverem juntos. Não há rédeas, nem algemas. Estabelecemos compromissos morais quando nos relacionamos, como com parentes e amigos, mas somos livres. Ninguém é de ninguém. Você só pertence a você mesmo e a sua consciência. Em relacionamentos não há garantias absolutas. Na vida não há garantias absolutas. Você é um excelente funcionário, mas mesmo assim pode ser demitido. Você faz um bom trabalho, mas pode não ser reconhecido pelos demais colegas. Você ajuda alguém, mas pode receber ingratidão. Você gosta de uma pessoa, se sente bem ao lado dela, diz sentir um grande amor por ela, mas ela pode não sentir o mesmo por você. E daí? Você vai deixar de trabalhar, ajudar, gostar, amar por causa disso? Vai deixar de VIVER? Ou pior, vai deixar que as outras pessoas determinem o seu modo de viver? A única garantia que podemos ter na vida é a de dar o nosso melhor no trabalho, na família, nos relacionamentos, em tudo. E este processo de melhorar sempre já é vitorioso por si só, não importa se não reconheceram o seu esforço ou se você foi largado no altar. Você deu o seu melhor, então você já ganhou. Você poderia ter feito melhor, errou, tudo bem, você é ser humano oras, valeu a experiência, aprenda com ela, perdoe-se e siga em frente. 

Viva, sem esperar nada em troca. Porque a própria vida já é o grande prêmio.

terça-feira, 20 de março de 2012

*Texto enviado pelo amigo LUIZ EDUARDO SANT’ANNA PINHEIRO "Bullying é muito mais que uma brincadeira sem graça: quem pratica pode ser punido!!"




Embora o BULLYING seja um dos temas mais discutidos em termos de educação no mundo inteiro, é ainda pouco conhecido por parte do grande público, apesar de estar muito ligada ao cotidiano das pessoas. A terminologia em comento vem do adjetivo bully, que em inglês significa valentão. Equivale a submeter alguém a uma violência real ou simbólica.

Lamentavelmente, o BULLYING é muito praticado entre os adultos e podemos citar vários exemplos, como no caso do político que, ao se julgar mais importante do que o resto do mundo, trata as pessoas com arrogância e passa a ser, em certa medida, violento, ou ainda do empresário que humilha seus funcionários só porque lhes paga salário, sem nos esquecermos de muitos outros casos e comportamentos semelhantes que vemos em nosso dia a dia. Essas pessoas, com atitudes que agridem ou intimidam seus semelhantes, estão praticando o que possivelmente já praticaram em outros ambientes: o bullying.

Agora, transfira tudo isso para os bancos escolares. A conduta refere-se à prática discriminatória que ocorre entre grupos de alunos, no qual um deles é escolhido para se “pegar no pé”, ou ser a "bola da vez". Nesse contexto, os “valentões” caçoam dos mais “fracos” como objeto de diversão, prazer e poder. E nem é preciso dizer que tal fato é MUITO MAIS QUE UMA BRINCADEIRA SEM GRAÇA, tornando-se um grave problema social que deve ser conhecido e combatido.

A realidade demonstra que os autores de tal espécie de violência, em que pese o fato de se divertirem às expensas do sofrimento alheio, costumam ser populares na escola e estão sempre rodeados de pessoas, sendo a famigerada “popularidade” um ciclo vicioso que alimenta indefinidamente a bullying, pois, quanto mais amendrontador, mais o agressor é tido como “o maioral”.

Estudos de psicologia demonstram que em sua maioria, aos autores, dentro do seio familiar, não são impostos limites durante seu processo educacional e, ante à falta de um modelo de educação, esses procuram nessas “brincadeiras” um meio de adquirir aceitação no meio escolar. Infelizmente, em muitos desses casos, os problemas estão relacionados à personalidade do aluno, muitas vezes, despida de valores de ordem moral como o altruísmo e o amor ao próximo, razão pela qual se faz necessário um esforço em se entender o porquê desses jovens agirem assim.

Sob outro enfoque, as vítimas são escolhidas em razão de algum fator que as faz destoarem dos “padrões de normalidade”, tal como o fato de serem “gordinhas, baixinhas, vesgas, tímidas”, etc, e, em razão dessa violência, tornam-se pessoas com baixa autoestima e que se julgam inferiores aos demais. Por serem submetidas a ataques de toda ordem, acreditam que são indignas de receberem amor e pensam erroneamente que as pessoas não precisam respeitá-las. Por conta dessa resignação, sofrem caladas, sendo frágeis e vulneráveis à situação. MIL VEZES NÃO!! Devemos nos unir para evitar essa repetida prática cada vez mais corriqueira nas escolas.

Para combater o bullying é necessária uma verdadeira força-tarefa envolvendo os pais, as escolas, a sociedade e, nos casos extremos, a justiça. Pois bem. Em um primeiro plano, compete aos PAIS, como primeira referência, definir os valores morais e comportamentos adequados para as crianças, para que estas tenham elementos para diferirem o que é certo do que é errado. Devem criar e fomentar uma consciência moral pautada na ética e no respeito ao próximo. Por isso é importante o DIÁLOGO com os filhos. Em um segundo plano, é primordial o PAPEL DA ESCOLA que deverá agir na capacitação e orientação dos educadores com vistas a identificar tão nociva prática; deverá essa levar o tema para discussão, definir estratégias, estabelecer aos alunos regras claras de conduta, trabalhar para a criação de um ambiente seguro e sadio e orientar as famílias e os pais. Devem ainda os centros de educação realizarem programas “ANTIBULLYNG” para promover uma cultura de paz.

No entanto, sendo identificada a prática de tão nefasto comportamento, a direção da escola deve acionar os pais dos envolvidos e, nos casos mais extremos os Conselhos Tutelares, bem como os órgãos de proteção da criança e adolescente, sem se olvidar da possibilidade de se abrir um procedimento de acordo com o regimento escolar e aplicar-se a punição correspondente caso seja cabível (a escola tem autonomia para tanto). Afirma-se ainda que a escola deve orientar os pais ou responsáveis pela vítima a procurarem a delegacia de polícia para fazerem um boletim de ocorrência.

Outrossim, de fundamental relevo o papel da sociedade como um todo em transmitir às novas gerações a cultura da valorização de preceitos morais e de que a prática do bullying não se trata de uma simples brincadeira, sendo um assunto realmente sério e que traz consequências e marcas profundas nas vítimas.

Ao Ministério Público cabe garantir o cumprimento dos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente com o objetivo de impedir e também reprimir quaisquer infrações que coloquem em risco a integridade de crianças e adolescentes; tendo em conta que, sendo em tese os atos de bullying, quando praticados por crianças e adolescentes, atos infracionais, exsurge o dever ministerial de acompanhar de perto tais ocorrências. Nesse contexto, caberá ainda à escola encaminhar os casos ao Conselho Tutelar e à Promotoria de Justiça se tiverem ocorrido atos infracionais catalogados como crimes – p. ex. lesão corporal, ameaça, vias de fato, calúnia, injúria, difamação, constrangimento ilegal, etc-sendo dever dessas autoridades tomar as providências cabíveis para o fim de buscar a responsabilização dos autores.

Assim, O AUTOR DO BULLYING, uma vez identificado, não pode e nem deve ficar impune, pois o ECA determina que os que praticam atos dessa natureza respondem a procedimentos ficando sujeitos a cumprirem medida sócioeducativa proporcional ao ato praticado, enquanto adolescentes, menores de dezoito anos. Há inúmeros instrumentos legais que amparam a adoção de medidas repreensivas. Caso não comunique aos órgãos de proteção da criança e do adolescente, a escola estará sujeita à responsabilização por omissão e condenação ao pagamento de indenização à vítima por danos morais e materiais, a depender do caso, a exemplo do que já ocorreu em inúmeros casos julgados pela justiça brasileira.

Desse modo, em situações que envolvam atos infracionais, a escola tem o dever de fazer a OCORRÊNCIA policial. Dessa forma, os fatos podem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados arcarem com as conseqüências dos seus atos previstas na lei. TAIS PROCEDIMENTOS EVITAM A IMPUNIDADE E INIBEM O CRESCIMENTO DA VIOLÊNCIA E DA CRIMINALIDADE INFANTOJUVENIL. Contudo, deve-se evitar ao máximo chegar a esse ponto, sendo preferível a prevenção à repressão do mal outrora praticado.

Cumpre então a todos nós, responsáveis pela formação moral e intelectual das crianças e jovens do nosso país, fazermos a nossa parte, o que ao meu ver, significa ao menos disseminar a todos um princípio básico do senso comum que reza que: “não se deve fazer ao próximo aquilo que não se gostaria que fosse feito com você”. Cumprindo esse mandamento básico, estaremos dando a parcela de contribuição para um mundo melhor.

LUIZ EDUARDO SANT’ANNA PINHEIRO.
PROMOTOR DE JUSTIÇA

quinta-feira, 15 de março de 2012

O CONFLITO INTERNO



Ultimamente, tenho me questionado muito sobre minha essência, meus comportamentos, minhas prioridades e, como parte deste processo de autoconhecimento (ou seria um “autoquestionamento”?), tenho lido bastante. Vez ou outra, compartilho com meus amigos algumas destas leituras: reflexões e mensagens de cunho motivacional e espiritual. No entanto, por várias vezes, fico chateado comigo mesmo, vamos dizer assim, por ainda não estar vivenciando plenamente os valores apregoados. Mas é como dizem, na teoria é uma coisa, na prática é outra. Segundo Sócrates, "A maneira mais rápida e certa de viver com dignidade é ser realmente o que aparentamos ser. Todas as virtudes humanas aumentam e se fortificam quando as praticamos e as vivenciamos.


O fato incontestável é que somos imperfeitos, bons e maus, virtudes e vícios, num mesmo ser, ao mesmo tempo. Não tem jeito. É a nossa atual condição evolutiva. Reconhecer isso, confrontar esta nossa realidade - o “anjinho” e o “diabinho” que moram dentro de nós - já é um começo. O começo do quê? De tudo, da transformação, da evolução, de tudo o que compreende a maravilhosa jornada humana. A viagem ao âmago dos sentimentos, conhecer o próprio “eu”, buscar respostas e, talvez, refazer as perguntas. Portanto, se realmente queremos uma vida plena, cheia de aprendizados, realizações e experiências enriquecedoras, é importante ouvir a nossa “voz interior”, apesar do inevitável “tumulto interno” que ocorre quando despertamos este “eu” que estava adormecido.


A consequência imediata deste processo é o vislumbramento de um novo horizonte, uma nova perspectiva, muitas vezes totalmente diferente do que se imaginava “adequado” ou “sensato” - velhos costumes e padrões sociais que a maioria de nós seguimos de forma automática, impensada, irrefletida. Segundo Hammed “o mundo atual busca uniformizar as pessoas sem perceber que a própria Natureza é contrária a padronização” A sociedade gosta de reprovar as pessoas que não seguem um determinado padrão. Mas a própria Natureza é dinâmica, inconstante, progressiva. Nada é estático. Todos os grandes nomes da humanidade, os grandes feitos, foram justamente aqueles que desafiaram os padrões vigentes.


Viver é correr riscos, é mudar constantemente, é fazer escolhas, é ouvir a própria alma, a voz interior. Silenciar esta voz, como muitos fazem, é como colocar a vida no piloto automático. Seguir o padrão socialmente estabelecido sem questionar o “porquê?” não é viver; é “morrer lentamente” como disse Pablo Neruda em um de seus poemas: “Morre lentamente quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos”.


Diante desta realidade, não nos cabe também proferir julgamentos taxativos a tudo e a todos. Afinal, todos nos encontramos na mesma guerra, na mesma trincheira existencial. Este conflito interno, natural e inerente ao processo evolutivo, é incômodo, mas salutar, não para nos sentirmos culpados e inferiorizados, e sim para nos posicionarmos como humildes aprendizes universais - que de fato somos - diante da vida.


"Será que o que nós temos como verdade é verdade mesmo? Estamos nos sentindo bem? Estamos REALMENTE animados e felizes? De repente podemos estar PRESOS a determinados contextos e ainda não nos apercebemos de que precisamos modificar nosso modo de ver a vida. (...)"

"Eis algumas perguntas que podemos fazer para nós mesmos para identificarmos nossas crenças e valores, positivos ou não, e como eles afetam a nossa vida diária:


Qual o grau de influência da opinião alheia sobre meus atos e atitudes?


Quais crenças cooperam para meu bem-estar interior?


O que me dificulta ter suficiente autonomia para tomar minhas próprias decisões?


O que me impede de desfrutar uma vida plena?


Por que costumo fingir para agradar os outros?


Qual a razão de manter minha reputação alicerçada em um modelo exemplar?


Meus conceitos facilitam autoconfiança?"


"O livre-arbítrio - LIBERDADE DE AGIR E DE PENSAR - nos concede o poder de mudar nossas idéias, nossos modelos, concepções ou pensamentos, e de optar por crenças mais apropriadas ou favoráveis ao desenvolvimento de uma NOVA CONCEPÇÃO de universo interior e exterior. (...)"

"O estado de liberdade da criatura é proporcional ao seu AMADURECIMENTO espiritual. O indíviduo liberto, mais que idéias ou ideais, escolhe os autênticos VALORES DA ALMA, porque reconhece que estes orientam sua vida com LUCIDEZ, discernimento e ânimo. (...)"

"Considera e valoriza as orientações ou sugestões dos outros (cônjuge, familiares, amigos, educadores, etc) porque acredita que eles podem iluminar suas opções existenciais, mas nem por isso perde a AUTONOMIA de agir e pensar livremente.


"Sempre pondera e NUNCA JULGA de modo precipitado as experiências alheias; antes as observa e confronta com as suas e, por fim, as assimila ou as rechaça total ou parcialmente."


Paulo de Tarso disse: 'Não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero'.”


Essas são palavras de uma criatura que mantinha um excelente nível de lucidez mental. O Apóstolo dos Gentios procurava manter a sua integridade ou unidade, admitindo as faces desconhecdidas de seu mundo interior. Sabia que não se iluminaria se não as aceitasse, suplicando fervorosamente ao Criador a orientação necessária sobre esses ESTADOS ÍNTIMOS DA ALMA.”


(…) não mais buscar uma vítima, ou seja, alguém ou alguma coisa para acusar e atacar. Não mais (…) fará dos outros alvo de seus infortúnios. Apenas quando nossas FRAGILIDADES deixarem de ser demonizadas é que seremos levados a lidar com elas em termos de experiência evolutiva.”


A lucidez dá integridade ao homem, mostrando que deve aceitar a si mesmo. Ao mesmo tempo, faculta-lhe uma visão clara que o impedirá de projetar seus pontos fracos nos outros (…)”


Negar o lado escuro da nossa personalidade, ou não lhe dar importância, é subestimar a sutileza de seu poder atuante em nossos comportamentos e atitudes. É imprescíndivel admitir nossa face desconhecida, pois só podemos nos redimir ou transformar até onde conseguimos ver.”


Trechos do Livro 'Os Prazeres da Alma' {Hammed}