Precisamos Questionar!


Muitos dos meus amigos dizem que sou questionador e que às vezes tenho opiniões muito polêmicas sobre determinados assuntos.


Mas acredito que nós, como seres humanos e, especialmente, como cidadãos que somos, detentores de direitos e deveres, células de um grande organismo chamado sociedade, precisamos e devemos questionar.


Questionar tudo! Raciocinar, avaliar, analisar, enfim, pensar!


E não aceitar as coisas só porque a maioria pensa desse jeito ou age de tal forma. Maioria nunca foi sinal de sabedoria ou de inteligência, muito pelo contrário. Como diria Raul: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".


Então fiz o blog nesse sentido e dei o nome de QUESTIONAMENTOS, ou seja, quem quiser entrar, participar, questionar, dar sua opinião, fique à vontade.


Na medida do possível vou estar postando aqui textos e artigos de diversos assuntos: política, religião, relacionamento... e de preferência que leve o leitor à reflexão.


É isso ai galera! Vamos questionar!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Você lê autoajuda*?

*Conforme novo acordo ortográfico 'autoajuda' se escreve assim mesmo, sem o hífen, mas ainda estou me atualizando com as novas regras.



Quando eu recomendo o best-seller “O Monge e o Executivo - Uma história sobre a essência da liderança” de James C. Hunter, é comum a reação negativa de algumas pessoas, que torcem o nariz: - Eu não leio autoajuda! Puro preconceito. O livro é ótimo. Que importa o rótulo que colocaram nele? Se um livro é bom, que importa a capa? É claro que dentro do gênero chamado autoajuda há livros ruins. Livros bobos, repetitivos, melosos, superficiais... Como em qualquer outro gênero. Sempre haverá livros bons e livros ruins (e mais estes que aqueles) para todos os gostos, tamanhos, cores, sabores e gêneros. 


     Mas o que me intriga é esta classificação. Afinal das contas, o que determina um livro com sendo de autoajuda? Todo bom livro não seria uma autoajuda? Se você lê um livro de ficção, poesia, história – seja qual for – e, após esta leitura, você sente um enriquecimento interior, sente que, de alguma forma, está melhor que antes, então me diga, o que ocorreu neste processo? Você não se “autoajudou”? A não ser que alguém tenha lido para você, o que foi isso senão uma autoajuda? Os livros de grandes pensadores, filósofos, cientistas não são de autoajuda? Quem classifica? E, pergunto novamente, que importa? 

     Até mesmo os chamados grandes clássicos da literatura trazem profundas reflexões e valorosos ensinamentos. Como qualquer bom livro, seja ou não seja rotulado como de autoajuda. Acho que alguém deve ter achado “cult” dizer que não lê autoajuda, como se falasse para si mesmo: - Já sou bom o suficiente, não preciso de ajuda de ninguém. Nem a autoajuda, ou seja, não aceita ajuda nem dele mesmo. E aí os outros saíram repetindo o mesmo para se dizerem “cults” e autossuficientes também ('autossuficientes' dobra o 's'  - mais uma do novo acordo ortográfico).



     De toda sorte, continuo recomendando o livro “O Monge e o Executivo”. Trata-se de uma agradável história em que o personagem Leonard Hoffman retrata um famoso empresário que abandonou sua brilhante carreira para se tornar monge em um mosteiro beneditino. Lá ele ministra um curso de liderança para um grupo de pessoas, entre elas um executivo, como ele houvera sido. O personagem John Daily, narrador da história, se inscreve no curso em busca de respostas para seus fracassos pessoais e profissionais. 


     Ao longo da narrativa são transmitidos ao leitor princípios, conceitos, mensagens e valores importantes, de grande utilidade para a vida pessoal e profissional de qualquer indivíduo. É um livro muito bem escrito, rico e instrutivo. Ah, isso é autoajuda? E é isso que você não lê? Bom, então não quero nem saber o que você anda lendo.

6 comentários:

  1. Conheço o livro e realmente é fantástico e bem sobre o preconceito sobre os livros de autoajuda, eu faço um segundo questionamento,"Você se importa com o que as pessoas acham,falam e pensam de você?"
    Se a resposta foi Não, meu caro Rodolpho, este cidadão cai em contradição pois possivelmente é a mesma pessoa que se diz autossuficiente e não lê livros de autoajuda por causa da critica popular.

    Existe um ar de "Sei disso pois sou uma pessoa bem informada.", mas na verdade esta perdendo a oportunidade de conhecer outros pontos de vistas.

    As pessoas estão com um habito tipicamente infantil com uma coisa que é totalmente construtiva, o de experimentar outras leituras, assim como uma criança que não come verduras sem nunca te-las experimentado por exemplo.

    Acredito que o máximo que pode acontecer com alguém que lê livros de autoajuda é descobrir que não lhe acrescentou em nada, porem eu afirmo que mesmo assim ele teve um ganho indireto ele fez o exercício da leitura!

    Senso critico só se cria com profundidade quando o individuo assimila e compara uma gama considerável de informações e experiencias seja elas vividas por elas mesmas ou através do conhecimento da experiencia de terceiros, existem sensos corretos e sim aqueles que lhe recaem melhor ao seu gosto.

    Parabéns pelo blog e aguardo novas publicações!

    Até breve!

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  2. "... existem sensos corretos e sim aqueles que lhe recaem melhor ao seu gosto."

    Correção "..., NÃO existem sensos corretos e sim aqueles que lhe recaem melhor ao seu gosto."

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    1. Excelente Ipocampo, você complementou o texto de forma brilhante! Realmente precisamos estar sempre com a mente aberta e procurar "pensar fora da caixa" como dizem. Obrigado pela participação e por prestigiar o blog! Até breve!

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  3. James C. Hunter, é fã de Margareth Tatcher, tanto que ele cita uma frase dela o início do seu livro: “Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.”



    Ele também traz uma definição de Liderança: “É a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sem sendo para o bem comum.”



    Pois bem, Margareth Tatcher ficou conhecida por ser linha dura e conservadora, tanto que ganhou o epíteto de “A Dama de Ferro” (e ela não lembrou ninguém disso, porque tinha certeza). O Presidente Ronald Reagan, dizia-a “O homem forte do Reino Unido”



    A “Iron Maiden” (do inglês), A Dama de Ferro, assim chamada, tinha como principais características de seu governo, o forte estímulo para o livre mercado, pouca intervenção por parte do governo em relação a economia. Margaret sempre foi grande admiradora da política da política econômica monetarista, bem do estilo ao que hoje é chamado de neoliberalismo econômico, que aliás, pelo menos eu penso que tem produzido um efeito deplorável em muitos sentidos .



    Lucas Gondim (no blog F5 da História) já comentou que as medidas econômicas de Tatcher sofreram diversas críticas por parte de toda a imprensa global, porque seus projetos econômicos apenas aconteceram as custas da população inglesa (a população de baixa renda como sempre sofreu mais do que a burguesia). Na sua gestão a produção industrial caiu drasticamente, gerando um desemprego alarmante no país: cerca de três milhões de pessoas ficaram desempregadas triplicando o nível de desemprego do país. No seu governo foi introduzido o injusto imposto regressivo, conhecido como poll tax. Nesse tal imposto, a população de baixa renda paga mais impostos do que as pessoas de classes mais abastadas. Em sua “belíssima” gestão, cerca de 1/3 das crianças britânicas estavam abaixo da linha de pobreza.



    Ela, a Sra. Tatcher, foi uma verdadeira líder. E como tal se comportou na hora do vamos ver? Assim vamos para um trecho do livro de Hunter, onde um ele menciona o diálogo ente seus personagens:



    “- Engraçado você usar a analogia de um navio, Simeão - observei. - Uma vez um funcionário me disse que os empregados muitas vezes se sentem como Charlton Heston no filme Ben-Hur. Lembra-se do velho Charlton Heston acorrentado àquele remo, remando ano após ano? Ele ouvia os sons dos furacões e dos navios colidindo, mas não tinha permissão para subir ao convés e apanhar ar fresco ou nadar no oceano. Havia aquela incessante batida do tambor do sujeito grande e suado para manter o ritmo das remadas.

    De qualquer modo, esse funcionário me disse que os trabalhadores muitas vezes se sentem do mesmo jeito. Eles estão lá embaixo, nos porões do navio, o dia todo, e nunca sobem ao convés para saber o que está acontecendo com o navio. Quando o capitão grita que quer esquiar, o supervisor faz diminuir o ritmo da batida do tambor. E, quando os tempos estão duros, o capitão grita que uns poucos têm que ser atirados ao mar para tornar o navio mais leve. E uma descrição triste. Meu companheiro de quarto acrescentou:—Tenho uma velha caneca de café onde está escrito:

    Não é meu trabalho pilotar o navio;
    Nunca soprarei a corneta.
    Não é meu lugar dizer até onde
    O navio irá.
    Não tenho licença para ir ao convés
    Ou mesmo tocar o sino.
    Mas se esta coisa começar a afundar
    Olhe quem vai para o inferno'.”

    (continua abaixo)

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  4. Tatcher não estava no porão do governo. Ela estava no topo e o azar foi de quem estava embaixo. Teve que ser durona, senão: Olhe quem iria para o inferno!!



    O autor em resumo traz a ideia de que a “gerência não é algo que você faça para os outros. Você gerencia seu inventário, seu talão de cheques, seus recursos. Você pode até gerenciar a si mesmo. Mas você não gerencia seres humanos. Você gerencia coisas e lidera pessoas.”. Mas também afirma também que: “Há vezes em que se deve exercer o poder. Seja para colocar limites em nossa casa ou para demitir um empregado. Sempre que precisamos recorrer ao poder é porque nossa autoridade foi quebrada.”



    Num dos diálogos do livro de Hunter, contém um diálogo: “Um dos fundadores da sociologia, Max Weber, escreveu há muitos anos livro chamado The Theory of Social and Economic Organization (A teoria da organização econômica e social). Neste livro, Weber enunciou as diferenças entre poder e autoridade, e essas definições ainda são amplamente usadas hoje. Vou parafrasear Weber o melhor que puder.



    Simeão voltou para o quadro e escreveu:

    Poder: E a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer.



    Todos sabemos como é o poder, não é? O mundo está cheio disso. "Faça isso ou despedirei você", "Faça isso ou bombardearemos você", "Faça isso ou bateremos em você" ou "Faça isso ou castigaremos você durante duas semanas". Em palavras simples, "Faça isso senão...". Todos vocês concordam com essa definição?



    Todos nós concordamos.



    Simeão voltou ao quadro e escreveu:

    Autoridade: A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal.”



    Assim, disso que extraímos de O Monge e o Executivo, como você vê a aplicabilidade desses ensinamentos na órbita da administração pública, nos governos e no militarismo?



    Abraços - Luiz Carlos Nogueira

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    1. Pois é, por isso mesmo que o livro é altamente recomendável a todos, mas especialmente aos que se colocam na posição de líderes. E o próprio livro revela que todos nós em algum momento das nossas vidas seremos líderes, seja nas nossas famílias, no nosso trabalho ou no nosso grupo social. Por isso o exemplo e o relacionamento são peças fundamentais na liderança e na vida. Alguém tem dúvidas de que Jesus foi um grande líder? Jesus Cristo exercia poder sobre as pessoas? Ou exercia influência? Jesus foi crucificado, mas isso em nada diminui a sua extraordinária liderança, muito pelo contrário, mesmo na cruz exemplificou ainda mais o amor que tanto pregou e praticou.. O que fizemos com todo esse exemplo e todo o legado que ele nos deixou? Aí já é problema nosso.. De fato, o mundo ideal ainda está longe do mundo dos fatos, mas já podemos concretizá-lo nos nossos pensamentos, ao ler este livro por exemplo.. daí só depende de nós externar esses pensamentos, começando com pequenas atitudes. Desta forma, este mundo ideal que tanto sonhamos alcançará, aos poucos, o mundo dos fatos ... o mundo interior refletirá no exterior e vice-versa. Como diria Lulu Santos: "e assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade..." mas o importante é que caminha! E só depende de cada um de nós acelerar o passo.

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