Ultimamente, tenho me questionado muito sobre minha essência, meus comportamentos, minhas prioridades e, como parte deste processo de autoconhecimento (ou seria um “autoquestionamento”?), tenho lido bastante. Vez ou outra, compartilho com meus amigos algumas destas leituras: reflexões e mensagens de cunho motivacional e espiritual. No entanto, por várias vezes, fico chateado comigo mesmo, vamos dizer assim, por ainda não estar vivenciando plenamente os valores apregoados. Mas é como dizem, na teoria é uma coisa, na prática é outra. Segundo Sócrates, "A maneira mais rápida e certa de viver com dignidade é ser realmente o que aparentamos ser. Todas as virtudes humanas aumentam e se fortificam quando as praticamos e as vivenciamos.
O fato incontestável é que somos imperfeitos, bons e maus, virtudes e vícios, num mesmo ser, ao mesmo tempo. Não tem jeito. É a nossa atual condição evolutiva. Reconhecer isso, confrontar esta nossa realidade - o “anjinho” e o “diabinho” que moram dentro de nós - já é um começo. O começo do quê? De tudo, da transformação, da evolução, de tudo o que compreende a maravilhosa jornada humana. A viagem ao âmago dos sentimentos, conhecer o próprio “eu”, buscar respostas e, talvez, refazer as perguntas. Portanto, se realmente queremos uma vida plena, cheia de aprendizados, realizações e experiências enriquecedoras, é importante ouvir a nossa “voz interior”, apesar do inevitável “tumulto interno” que ocorre quando despertamos este “eu” que estava adormecido.
A consequência imediata deste processo é o vislumbramento de um novo horizonte, uma nova perspectiva, muitas vezes totalmente diferente do que se imaginava “adequado” ou “sensato” - velhos costumes e padrões sociais que a maioria de nós seguimos de forma automática, impensada, irrefletida. Segundo Hammed “o mundo atual busca uniformizar as pessoas sem perceber que a própria Natureza é contrária a padronização” A sociedade gosta de reprovar as pessoas que não seguem um determinado padrão. Mas a própria Natureza é dinâmica, inconstante, progressiva. Nada é estático. Todos os grandes nomes da humanidade, os grandes feitos, foram justamente aqueles que desafiaram os padrões vigentes.
Viver é correr riscos, é mudar constantemente, é fazer escolhas, é ouvir a própria alma, a voz interior. Silenciar esta voz, como muitos fazem, é como colocar a vida no piloto automático. Seguir o padrão socialmente estabelecido sem questionar o “porquê?” não é viver; é “morrer lentamente” como disse Pablo Neruda em um de seus poemas: “Morre lentamente quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos”.
Diante desta realidade, não nos cabe também proferir julgamentos taxativos a tudo e a todos. Afinal, todos nos encontramos na mesma guerra, na mesma trincheira existencial. Este conflito interno, natural e inerente ao processo evolutivo, é incômodo, mas salutar, não para nos sentirmos culpados e inferiorizados, e sim para nos posicionarmos como humildes aprendizes universais - que de fato somos - diante da vida.
"Será que o que nós temos como verdade é verdade mesmo? Estamos nos sentindo bem? Estamos REALMENTE animados e felizes? De repente podemos estar PRESOS a determinados contextos e ainda não nos apercebemos de que precisamos modificar nosso modo de ver a vida. (...)"
"Eis algumas perguntas que podemos fazer para nós mesmos para identificarmos nossas crenças e valores, positivos ou não, e como eles afetam a nossa vida diária:
Qual o grau de influência da opinião alheia sobre meus atos e atitudes?
Quais crenças cooperam para meu bem-estar interior?
O que me dificulta ter suficiente autonomia para tomar minhas próprias decisões?
O que me impede de desfrutar uma vida plena?
Por que costumo fingir para agradar os outros?
Qual a razão de manter minha reputação alicerçada em um modelo exemplar?
Meus conceitos facilitam autoconfiança?"
"O livre-arbítrio - LIBERDADE DE AGIR E DE PENSAR - nos concede o poder de mudar nossas idéias, nossos modelos, concepções ou pensamentos, e de optar por crenças mais apropriadas ou favoráveis ao desenvolvimento de uma NOVA CONCEPÇÃO de universo interior e exterior. (...)"
"O estado de liberdade da criatura é proporcional ao seu AMADURECIMENTO espiritual. O indíviduo liberto, mais que idéias ou ideais, escolhe os autênticos VALORES DA ALMA, porque reconhece que estes orientam sua vida com LUCIDEZ, discernimento e ânimo. (...)"
"Considera e valoriza as orientações ou sugestões dos outros (cônjuge, familiares, amigos, educadores, etc) porque acredita que eles podem iluminar suas opções existenciais, mas nem por isso perde a AUTONOMIA de agir e pensar livremente.
"Sempre pondera e NUNCA JULGA de modo precipitado as experiências alheias; antes as observa e confronta com as suas e, por fim, as assimila ou as rechaça total ou parcialmente."
“Paulo de Tarso disse: 'Não faço o bem que eu quero, mas pratico o mal que não quero'.”
“Essas são palavras de uma criatura que mantinha um excelente nível de lucidez mental. O Apóstolo dos Gentios procurava manter a sua integridade ou unidade, admitindo as faces desconhecdidas de seu mundo interior. Sabia que não se iluminaria se não as aceitasse, suplicando fervorosamente ao Criador a orientação necessária sobre esses ESTADOS ÍNTIMOS DA ALMA.”
“(…) não mais buscar uma vítima, ou seja, alguém ou alguma coisa para acusar e atacar. Não mais (…) fará dos outros alvo de seus infortúnios. Apenas quando nossas FRAGILIDADES deixarem de ser demonizadas é que seremos levados a lidar com elas em termos de experiência evolutiva.”
“A lucidez dá integridade ao homem, mostrando que deve aceitar a si mesmo. Ao mesmo tempo, faculta-lhe uma visão clara que o impedirá de projetar seus pontos fracos nos outros (…)”
“Negar o lado escuro da nossa personalidade, ou não lhe dar importância, é subestimar a sutileza de seu poder atuante em nossos comportamentos e atitudes. É imprescíndivel admitir nossa face desconhecida, pois só podemos nos redimir ou transformar até onde conseguimos ver.”
Trechos do Livro 'Os Prazeres da Alma' {Hammed}
"Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual... Somos seres espirituais passando por uma experiência humana..." (Pierre Teilhard de Chardin)
ResponderExcluirA inteligência é caracterizada por uma incompreensão natural da vida. {Henri Bergson - Filósofo francês}
A constância é contrária à natureza, contrária à vida. As únicas pessoas completamente constantes são os mortos. {Aldous Huxley - Escritor inglês}
A vida é um processo de tornar-se, uma combinação de estados que temos de percorrer. Onde as pessoas falham é que querem eleger um estado e permanecer nele. Este é um tipo de morte. {Anaïs Nin - Escritora francesa}
Minha fórmula para a vida é bastante simples. Eu me levanto de manhã e vou para a cama à noite. Nesse meio tempo, eu me ocupo da melhor forma que posso. {Cary Grant}
e qual a conclusão q vc chegou?
ResponderExcluira minha é que eu não aceito os meus defeitos... e me auto-torturo cruelmente quase o tempo todo.
ser/estar feliz é um vício?
é muito mais fácil se acomodar dentro dos conceitos pré-estabelecidos socialmente... pra que nadar contra a corrente?
quem nasce bonito, branco, heterosseuxal, rico, numa boa família, vai querer mudar alguma coisa por quê? rs
me lembrei agora de um trecho do livro ´paulo e estevão´... não são exatamente as palavras, mas uma personagem diz para a outra: ´talvez vc não precise de um salvador´...
portanto, talvez, Deus nos coloque em dificuldades para darmos valor ao que realmente importa, e vermos o que não veríamos se estivéssemos acomodados nos moldes sociais?
é muito difícil... eu sei. eu mesma, quase sempre, só queria ter uma ´vida normal´... rs
e, ao mesmo tempo, queria transformar o mundo...
há um pouco de loucura dentro de todos nós. e é ela quem nos salva muitas vezes.
A conclusão é que não há conclusões definitivas sobre nada. A vida é uma sequência de mudanças, transformações, desafios... Mas para mudarmos, precisamos nos conhecer e, principamente, nos aceitar, com os nossos vícios e virtudes, defeitos e qualidades.
ExcluirAamar ao próximo como a si mesmo significa que devemos nos amar, primeiramente. E amar também o nosso "lado negro", e não escondê-lo, pois é só trazendo à tona esse nosso "eu obscuro" que conseguiremos enfrentá-lo, transformá-lo. Devemos agir desde já pela nossa melhora, mas com aceitação da condição atual, sem nos violentarmos.
A mudança vem aos poucos, é um processo lento, gradativo. E temos toda a eternidade para isso. Então, como disse José Saramago: "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo!"
"...Agora compreendia aquele Cristo que viera ao mundo principalmente para os desventurados e tristes de coração."
ResponderExcluirNão tinha feito esse link ainda... interessante!
Excluirah, tudo bem, vai.
ResponderExcluirsua resposta foi um resumo do seu texto. então, é coerente.
mas eu fui mais lúdica na minha colocação, e esperava outro tipo de resposta sua. (eu já li o seu texto. :P)
kkkkkk
bj
Ah eu ainda tenho que desenvolver essa coisa do lúdico que vcs artistas tem e expressam com tanta naturalidade rsrs bjs
ResponderExcluircheguei a uma conclusão básica ontem a noite:
ResponderExcluirsr. ice-man? prazer, eu sou a srta. hot-girl!
;P
kkkkkkkkk
bjbj